sábado, 7 de abril de 2018

Política de Estoque

Um dos grandes trade-offs da logística é o de Estoque x Trasporte como vemos em nossa aula trago a todos um artigo do Portal Educação que descreve um dos temas abordados que é a Politica de Estoque é esta politica que define claramente como a empresa trata os produtos que ela compra e produz.

Aproveitem a leitura.

Para obtermos uma eficiência maior na gestão dos estoques sua empresa deverá estabelecer uma Política de Estoque.

Mas o que é uma política de estoque?

As empresas geralmente estão envolvidas em um dilema: quanto à empresa deverá estocar? O departamento de vendas deseja um estoque elevado para atender melhor o cliente e a área de produção prefere também trabalhar com uma maior margem de segurança de estoque. Em contrapartida, o departamento financeiro quer estoques reduzidos para diminuir o capital investido e melhorar seu fluxo de caixa.

Que dilema! Como resolver a questão do volume de estoque?
A melhor saída para isso é criar uma boa política de estoques, para que os interesses da empresa sejam atendidos e os clientes também fiquem satisfeitos.

A política de estoques deve ser definida pela administração central da empresa, que deverá repassar ao Departamento de Controle de Estoques o programa de metas e objetivos a serem atingidos. Este procedimento visa estabelecer certos padrões que sirvam de guias aos programadores e controladores e também de critérios para medir a performance do departamento de gestão de estoques.

O planejamento é um dos principais instrumentos para o estabelecimento de uma política de estoque eficiente. Para isso, a empresa deverá acompanhar sistematicamente:
  1. os itens em estoque, verificando lucratividade e posicionamento da empresa no mercado;
  2. o recebimento e a correta armazenagem das mercadorias
  3. inventários periódicos para avaliação das quantidades e do estado das mercadorias estocadas;
  4. o tempo de reposição de cada mercadoria;
  5. qual é o melhor mix de produtos;
  6. qual é o giro de mercadorias ideal para os principais produtos do estoque.

Toda empresa deve definir as quantidades corretas de cada mercadoria/item que deve estar no estoque em um determinado período de tempo, para que a empresa não sofra nenhum prejuízo. Para fazer esse dimensionamento do estoque existem três instruções básicas:

Os produtos devem ser estocados o menor tempo possível, fato que reduz custo de manutenção e indica que o investimento feito pela empresa na compra destes produtos retornou rapidamente.

O custo de manutenção dos estoques aumenta na proporção de sua dimensão. Isso quer dizer que quanto maior a quantidade de mercadoria estocada, maior será o espaço físico necessário para guardá-la, maior o número de funcionários necessários e maiores os gastos para controle.

Sem um adequado planejamento e uma eficiente política de estoques, a empresa fica a mercê da sorte, podendo sofrer grandes prejuízos.

Um bom modelo de estabelecimento de políticas de estoque é aquele que proporciona o menor estoque possível, com a ressalva dos casos em que estoque é fonte de lucro, e, ao mesmo tempo, oferece o melhor nível de atendimento aos clientes. Este modelo deve levar em consideração três fatores:
  • tem é de reposição fácil/rápida pelo mercado fornecedor ou pela produção?
  • O item tem possibilidade de ter sua demanda calculada com precisão?
  • O item é estrategicamente importante para as operações da empresa?
Não haverá fórmula matemática que proporcione cálculos exatos do estoque de segurança e do lote de compra ou produção que possa ser inserida nos programas de computador para levar em consideração as perguntas acima e transforma-las em parâmetros de suprimento para os estoques. A sugestão, então, é que o administrador dos estoques utilize uma matriz.

Matriz para determinar políticas de gestão dos estoques

Ao analisar cada um dos itens ou categorias de materiais/produtos de um determinado conjunto de itens de uma empresa, podem ser identificados itens que serão classificados como 1.1.1 estes serão os itens de maior grau de dificuldade de gestão, até os itens de classificação 3.3.3, que serão aqueles com menor grau de dificuldade.

Dado que uma política de gestão de estoque é formulada, primordialmente, por quantidades de estoque de segurança (ES) e quantidades de lote de encomenda (LE), o planejador de estoques deverá estabelecer, de acordo com as três características da matriz do item em análise, as quantidades a serem adotadas nos parâmetros de ES e LE do sistema. Tais quantidades poderão ser em número de unidades do item ou em número de dias de demanda, se esta demanda puder ser calculada com exatidão pelo software utilizado.

Esta matriz, que no presente artigo está sendo mostrada com somente três linhas e três colunas, poderá ser estendida horizontal ou verticalmente, dependendo da complexidade dos itens cujas políticas de segurança e lote se esteja analisando. Algumas considerações devem ser feitas sobre a utilização desta matriz:

Dificuldade de suprimento pelo mercado fornecedor

Fundamentalmente, as dificuldades de suprimento pelo mercado fornecedor podem ser analisadas sob quatro aspectos
  • Elevado ou incerto tempo de reposição; quando o mercado fornecedor ou o fornecedor com o qual a empresa mantém relacionamento não consegue estabelecer um tempo de reposição rápido, ou seu atendimento é muito irregular em termos de prazo de entrega.
  • Incerteza na qualidade do material fornecido; da mesma forma, se o atendimento é irregular em termos de qualidade, estando às entregas sujeitas a devoluções por problemas de qualidade.
  • Modelo de compra/reposição utilizado não eficiente: Este é o caso típico de organizações estatais que estão sujeitas as normas restritivas de utilização de conceitos de compra em aberto, quando poderiam utilizar forma mais ampla a sistemática de concorrências e adjudicação pelo modelo de registro de preços, que facilita a utilização de contratos de fornecimento de longo prazo. Para as empresas privadas que ainda não utilizam as compras em aberto, enfatiza-se a necessidade de iniciar tal modelo de reposição, de maneira a poder solicitar parcelas de entrega em pequenos intervalos de tempo.
  • Relacionamento de baixo nível com fornecedores: Nos últimos anos com a evolução do conceito de SCM – Supply Chain Management, traduzido em gerenciamento da cadeia de suprimentos, os relacionamentos com fornecedores tem tido uma evolução no sentido de reais parcerias de negócio.O gerenciamento da cadeia de suprimentos compreende o planejamento e o gerenciamento de todas as atividades envolvidas no encontro de fontes de suprimento e compras, conversão (produção), e todas as atividades de gestão logística. De maneira importante, também inclui a coordenação e colaboração entre os parceiros do canal, que podem ser fornecedores, intermediários, provedores de serviços e clientes. Em essência, Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos integra o gerenciamento do suprimento e da demanda dentro e através das empresas.

Conforme dito acima, a nova forma de relacionamento com fornecedores é a de coordenação, que implica em sincronizar esforços de planejamento e atendimento das demandas, e de colaboração, que implica em relacionamentos objetivando os ganhos de longo prazo ao longo da cadeia de suprimentos através do atendimento sem falhas e de custos cada dia menores.

Dificuldade de suprimento pela produção interna

Se o item que se quer parametrizar é um item produzido internamente, deve-se investigar o motivo pelo qual existe a dificuldade de suprimento e tomar todas as medidas que atenuem as dificuldades.

Se o problema é de tempo ou custo de iniciar um lote de produção, devem ser relacionados os motivos daquele incremento de tempo ou custo para que a engenharia de métodos e processos encontre os equipamentos, dispositivos ou processos que minimizem tais fatores de desperdício.

Se o problema é de intervalos entre programações de produção (programação mensal, por exemplo), devem ser tomadas às medidas necessárias, em termos de sistema e práticas de planejamento e controle de produção, que permitam que os intervalos das programações da produção sejam, no máximo, semanais. Quanto menor o intervalo de tempo entre os programas de produção, menor o número de reprogramações e melhor o atendimento da demanda, com menores estoques.

Possibilidade de erro no cálculo da demanda do item

Este fator que afeta o estoque de segurança de um item é um assunto muitas vezes negligenciado pelos gestores de estoques. Ao estabelecermos a política de estoques de um item, temos que estudar sua demanda e verificar suas características de regularidade, tendência, sazonalidade, etc. Quanto melhor os modelos de previsão de demanda conseguirem prever a demanda futura, menor estoque de segurança vamos necessitar, para cobrir as variações entre a demanda prevista e a real.

Uma das técnicas em uso, atualmente, é o VMI – Vendor Managed Inventory, estoque gerenciado pelo fornecedor, em que são estabelecidas políticas de gestão para os itens atendidos por determinado fornecedor e este, com base nos sistemas informatizados, toma conhecimento em tempo real, da evolução da demanda ou dos estoques do cliente e, automaticamente, sem necessidade de pedidos ou autorizações de entrega, providencia a reposição das mercadorias para que os estoques sejam mantidos em níveis confortáveis.

Possibilidade de graves prejuízos com a falta do item

Neste aspecto de julgamento do planejador de estoques, devem ser levados em consideração:
         Se o item faltar, qual o nível de prejuízo ou conflito que pode causar com os clientes?
         Se o item faltar, qual o prejuízo que pode causar às operações da empresa?

De acordo com as respostas a estes dois quesitos, o planejador deverá estabelecer o nível de estoque de segurança que deve ser mantido para o item.

A redução ou eliminação do estoque de segurança sem afetar o atendimento ao cliente é o grande objetivo de gestão do planejador de estoques. A boa gestão da cadeia de suprimentos através das metodologias de planejamento cooperativo da demanda e reposição – CPFR e dos estoques gerenciados pelos próprios fornecedores – VMI, assim como os esforços para aumentar a flexibilidade da produção através de práticas e equipamentos que reduzam os custos e tempos de troca de produtos na linha de produção, são os grandes direcionadores da gestão de estoques.

Você deve ter observado no decorrer de nossa explanação que o estoque de sua empresa não pode ser gerenciado de forma única. Devem-se respeitar as características dos produtos e principalmente a facilidade de sua aquisição no mercado.

fonte: PortalEducação.com

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