terça-feira, 22 de novembro de 2016

Análise de Letra - Criolo part Síntese - Plano de Vôo


Galera boa noite

Depois de tanto procurar encontrei um canal legal que faz análise de algumas musicas e quero comaprtilhar análise desta musica que já coloquei um exercício de interpretação aqui no blog.

Caso tenham alguma duvida por favor me escrevam aqui e não deixem de se inscrever no canal do garoto ae.

Abraço e até.




Abaixo link para os exercícios.

https://proferiksonmoreira.blogspot.com.br/2016/11/plano-de-voo-interpretacao.html

Plano de Voo - Interpretação

Plano Voo
Criolo

E por mais que eu tente explicar, não consigo
De tornar concreto abstrato que só eu sinto
É como se eu ficasse aqui nesse cantinho
Vendo o mundo girar no erro abusivo

Ambulância sem maca, caravan diplomata
Golzin rebaixado, orbital 17" de tala larga
Zé povinho é a praga, bicho da seda não é a traça
Traça quem quer a seda e o bicho da seda maltrata

Golpe de bumerangue, não é tang
Cada coração é um universo
E ainda tem que bombar o sangue
De cada mente pensante desse meu país insano
Num barraco de favela fermentar sonho com pranto

Do monstro que se constrói com ódio e rancor
A cada gota de bondade uma de maldade se dissipou
Várias fitas... Eis uma definição pra vida
Dos mistérios da ilíada, daí segredo: A biqueira é forquilha

O gostoso do inverno, tio
É fazer rolê sem passar frio
A mão, a mente, o gatilho, a favela chora seus filhos
Sem Gps pra vitória, cada um faz seu destino

A vida é ritual, parte no meio do mundo
A sós num laudo intenso
Denso contraste do firmamento ao asfalto
Plana alto até pousar na carne e flertar com o veneno
Que espanca uma mente fraca
E arranca essas mão do remo

Mesmo buscando o pleno, tantos erros ao transcender
Há um jogo pra abdicar e um fogo pra acender
Aponto as sobras de amor pra extinguir o medo das cobras
E envio cedo as palavras pra não ser tarde pras obras

Ao justo a sábia sorte que não leva a alma a morte
Quando fraco que és forte, tudo aponta o norte
Quando se pode enxergar além do que se vê, amplitude
Virtude vital já que o mal nessa paisagem ilude

Distante como um vizinho, te lembro do ninho
Onde o amor expresso é chaga viva
Gesto é mais que o pergaminho
Voe,e que todo vento a bem te soe ao descobrir
A natureza da centelha divina que existe em si

Desato o nó da trama, enterro a discórdia no abraço
Arrebato os peito de bronze por trás das barra de aço
Se renda, entenda o que ataca, a cegueira amola a faca
Da má lida com a existência, faz a luz da essência opaca

E nas crianças o brilho tá, olho lá que é pra enxergar
Agregar o meu viver o que devemos preservar
Rumo ao amor! Não importa qual caminho trilhe
Não se ilhe, sonho que se sonha junto é o maior louvor
Amém.

Após a leitura da música responda as questões a seguir:
1.      Qual o tema principal da música? Justifique sua resposta.
2.      Quanto ao título “Plano de Voo” por que o autor utiliza este nome? Argumente sobre sua justificativa.
3.      No trecho “sem GPS prá vitória cada um faz seu destino” qual o sentido dos autores citarem o uso do aparelho GPS? Justifique sua resposta.
4.      Observe o fragmento tirado da música:
Voe, e que todo vento a bem te soe ao descobrir
A natureza da Centelha Divina que existe em si
Desato o nó da trama, enterra a discórdia no abraço
A mudança de cadência e batida empregada pelos autores e músicos causa que tipo de impacto e qual a intenção de vincular essa mudança com a letra da música apresentada? Justifique sua resposta.

5.      Transcreva abaixo o trecho da música que mais lhe chamou atenção e comente sobre ele.


De uma olhada neste post também:

 https://proferiksonmoreira.blogspot.com.br/2016/11/analise-de-letra-criolo-part-sintese.html

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

David Garvin – As oito dimensões da Qualidade _ Parte 2

gARVIN 2

Introdução

Passados quase 30 anos, continua essencial ter o quadro de referência para a Qualidade, como desenhado por David A. Garvin, de modo a permitir o seu planejamento e gestão. Entretanto está evidente que ocorreram mudanças dramáticas nos mercados e no mundo dos negócios, as quais devem ser consideradas.
Um exemplo simples é evolução da Tecnologia de Informação que impactou fortemente o cenário das relações comerciais. Outro ponto que se destaca nesse contexto é a evolução da indústria de Serviços. A antiga distinção entre bens e serviços perdeu completamente o sentido. Hoje em dia raramente existe um bem a ser vendido sem nenhum serviço agregado e muito frequentemente serviços entregam também bens. Chegamos ao ponto onde em muitos casos não é evidente se estamos vendendo um bem ou um serviço e essa própria discussão perde sentido.
Entretanto não só as “Oito Dimensões da Qualidade” de Garvin continuam plenamente válidas e aplicáveis como a existência de uma visão multifacetada e abrangente parece ser a única alternativa capaz de racionalizar uma realidade tão complexa e dinâmica.
AS OITO DIMENSÕES DA QUALIDADE REVISTAS OU ATUALIZADAS
Este trabalho se propõe a atualizar as definições originais, ampliando sua significação de modo a absorver a situação presente, apresentando uma revisão das Oito Dimensões da Qualidade, que conserva, todavia, sua essência e o pensamento original de David A. Garvin.
Recordando que produto é qualquer bem, prestação de serviços e todas as possíveis composições de ambos, podemos propor a Revisão das Oito Dimensões conforme abaixo:
  • Desempenho
São as características funcionais primárias de um produto, seus requisitos técnicos concretos. É o mínimo essencial que o Cliente espera do produto: adequação e eficácia em atender o propósito pretendido.
Inclui a acessibilidade ao produto, disponibilidade e oportunidade, facilidade de uso e contato, além de interatividade e customização.
Tais requisitos objetivos permitem inclusive a classificação do produto, dentro de uma família de produtos. Estes atributos são considerados críticos para o Cliente, de tal modo que não atendê-los implica em sua rejeição ou devolução imediata.
Consideremos um relógio de pulso, onde o Cliente espera a informação de data e hora e talvez a função de cronometragem.
Pensemos em atendimento médico num hospital, o Cliente ser atendido conforme agendado, por um profissional habilitado e qualificado e obter as orientações necessárias para restabelecer sua saúde, da forma mais adequada em seu quadro atual. Isso não implica sucesso em 100% dos casos, mas um tratamento honesto.
  • Características
São atributos secundários, aspectos complementares ao funcionamento básico do produto.
Elas agregam valor ao produto mas não são exigências explícitas do Cliente. Entretanto não atendê-los é motivo para não escolha ou reclamação.
Aqui também se inclui os requisitos à Logística (manipulação, embalagem, armazenagem, transporte, distribuição, entrega), ao Sistema de Produção e Operação (nível de demanda, flexibilidade, adaptabilidade), ao Processo de Comercialização, bem como apoio e orientação ao uso adequado e seguro.
Abre-se aqui espaço para expectativas e atributos especiais que diferenciam o produto e dão competitividade.
A diferença entre “desempenho” e “características” é o nível de importância e criticidade dada pelo Cliente à característica. Por exemplo, em muitos produtos existem funções de prestígio e conforme o caso específico elas podem ser consideradas como desempenho ou como característica.
No caso do relógio de pulso, seria a existência de funções como exibição simultânea do horário em duas capitais mundiais, uma luz que permita leitura no escuro ou a possibilidade de uso em profundidade até 100m.
Para um hospital curso seriam características: a localização e facilidade de acesso, uma organização e infraestrutura adequadas, diferentes formas de financiamento e a vinculação com renomadas instituições de ensino e pesquisa.
  • Conformidade
Trata da capacidade ou grau em que o projeto e produção de um produto atendem a padrões pré estabelecidos ou conhecidos “a priori”.
Padrões abrangem especificações, procedimentos, regras, normas, leis e regulamentos, externos ou próprios ao fornecedor, aplicáveis ao produto. Isto inclui códigos morais, éticos, ambientais, de segurança, de saúde e quaisquer outros reconhecidos pelo Cliente, sejam formais ou não.
Existem também requisitos técnicos resultantes do próprio produto ou seu processo de produção, como a validade, perecibilidade, fragilidade, proteção contra luz, etc.
Essa avaliação pode ser medida desde a realização do processo produtivo até após sua entrega com base nas reclamações de campo aceitas.
Para o relógio de pulso, espera-se que atenda ao padrão mundial de tempo, que essa garantia de uso até 100 m seja verificada conforme norma industrial.
No caso do atendimento médico num hospital, o fornecedor poderia informar uma Certificação ISO 9000 ou mesmo sua acreditação junto a organismos de reconhecimento na área da saúde. Além disso, parecer razoável esperar que o fornecedor obedeça a códigos morais e de ética profissional.
  • Confiabilidade
Reflete a probabilidade ou nível de interrupções inesperadas, mau funcionamento ou falha do produto, durante determinado período de tempo.
Seria a capacidade de um bem durável para manter suas funcionalidades por certo período de tempo, de continuar a funcionar ou de realizar-se de modo regular e consistente durante sua vida útil prevista.
Considerando um bem não durável ou um serviço refere-se à probabilidade de que o produto funcione ou aconteça no mesmo nível ao longo de sua prestação e em todas as oportunidades de aquisição.
A adequada funcionalidade deve manter-se em todos os locais de potencial aquisição do produto e através de distintos canais de venda.
Este requisito pede que exista a habilidade necessária para realização regular, segura e precisa do produto prometido, em todas as oportunidades. Isto inclui a capacidade para manter a continuidade e fluidez ao longo do processo de entrega do produto.
A decisão de garantir a Satisfação do Cliente em qualquer oportunidade significa uma efetiva exigência de confiabilidade.
Para um relógio de pulso, seria normal esperar nenhuma falha grave ou parada de funcionamento em três anos.
Já num hospital, espera-se que o tratamento médico aconteça sem falhas graves e que apesar das incertezas naturais dessa atividade haja a consciência de que foi feito um esforço justo e de que se os resultados esperados não foram atingidos pelo menos aconteceu um trabalho honesto.
  • Durabilidade
É uma medida da duração da vida ou da quantidade de uso possível de um produto. Enfim, o tempo decorrido até a deterioração do produto, momento em que o reparo seria impossível por razões técnicas ou econômicas.
A vida do produto pode incluir possíveis reparos, desde que sejam econômico e tecnicamente viáveis, além de satisfatoriamente aceitáveis somente caso não ocorram múltiplas falhas ou perda de funções essenciais mesmo que por breve período.
Para um relógio de pulso, é uma expectativa razoável que ele dure por até 10 anos sem problemas que impeçam seu uso e com pequenos reparos.
No caso do atendimento médico num hospital, parece correto que o tratamento ofertado e informações prestadas sejam atualizadas, aplicáveis e corretas por alguns anos. Ao contrário não seria aceitável um tratamento que utilizasse equipamentos e técnicas superadas ou recomendam-se medicamentos já substituídos por uma nova e mais eficaz geração.
  • Atendimento
É uma avaliação da interface do cliente com o produto, em todos as fases do processo e momentos de contato. Desde as etapas de cotação ou busca de informações, estendendo-se durante o uso e alcançando atividades de pós-venda como assistência técnica e garantia do produto.
São aspectos de atendimento tais como a disponibilidade, presteza, escuta, disposição, cortesia, afabilidade, empatia, reatividade, competência, responsabilização, comunicação adequada, esforço de compreensão, habilidade para inspirar crença e confiança, rapidez no suporte em caso de dificuldades ou da realização de reparos, e outras que acontecem nos momentos de contato entre o Cliente e o fornecedor.
Um fenômeno importante é que cada vez mais o próprio Cliente está participando, de modo ativo, do processo de produção do produto. Isto acontece quando ele mesmo deve realizar a montagem final do produto, devolver a bandeja ao final da refeição, fornecer as informações corretas ao hospital ou estar preparado para operar de modo apropriado seu celular de última geração.
Esta nova componente exige que o fornecedor entenda este aspecto e desenvolva uma adequada capacidade para gestão e integração do consumidor em sua operação.
Outro aspecto a cada dia mais frequente é quando o processo, inteiro ou numa parte, acontecerá em situação de fadiga, tensão e estresse emocional para o Cliente e isso obriga uma preparação e desenvolvimento específico. Este é o caso de uma internação hospitalar ou de uma prolongada viagem aérea.
Pensando no relógio de pulso, esta componente compreenderia o atendimento prestado na loja, a agilidade no serviço de ajuste da pulseira ou a troca da bateria e alcançaria a execução de reparos em garantia de modo fácil e rápido.
Já num hospital, espera-se uma cortesia e presteza especiais já que a presença dos Clientes sempre ocorrerá em clima de tensão e até em situações de provável desespero e desequilíbrio emocional.
  • Estética
Abrange os aspectos estéticos, sensoriais e emocionais ligados ao produto e estrutura de entrega.
Centrando a questão no Cliente, trata-se da aparência do produto: odor, tato, sabor ou ruídos e do ambiente de entrega do produto: instalações, atmosfera, máquinas, pessoas e meios de comunicação.
Apesar de serem expectativas subjetivas e desafiadoras na medida em que se baseiam em percepções absolutamente pessoais e individuais podem tornar-se decisivas para o processo de aquisição do produto.
Num relógio de pulso temos uma questão estética bem clara devido o design do produto, mas também pontos como a textura da pulseira em couro ou o nível de acabamento da superfície metálica. A aparência da loja pode também ser relevante.
Para um hospital, é também evidente a importância de uma instalação clara, iluminada, bem organizada, com acomodações confortáveis e até mesmo a apresentação do instrutor. Atenção pois neste caso, a limpeza entra na Dimensão Performance.
  • Qualidade Percebida
Trata-se da expectativa do Cliente em relação a um produto, construída a partir de sua percepção, estado de espírito e a imagem da marca, do fornecedor, como resultado da propaganda ou de sua experiência pessoal com outro produto da mesma companhia.  
Certas marcas constroem uma imagem tão forte e positiva que seu impacto alcança todo e qualquer tipo de produto que ele ofereça.
Também é normal que o Cliente transfira sua experiência com os produtos de uma marca para outros produtos da mesma marca. Isso acontece por falta de informação ou simplesmente pela força da impressão existente.
Deve-se ficar atento para o fato de que esta impressão transforma-se em forte expectativa e seu não-atendimento pode gerar uma elevada frustação.
Para um relógio de pulso isso pode ser bem significativo já que, como objeto de uso pessoal, torna-se uma forma de identificação individual. Um fornecedor terá maior potencial de sucesso se vincular seu produto a uma marca forte na mente de seu Cliente.
O Cliente de um hospital também desenvolve uma expectativa especial caso a instituição seja reconhecida por sua excelência em certa especialidade, mesmo que não seja o caso naquele momento.

Guia para Aplicação das Oito Dimensões da Qualidade Revistas

Mais do que um sólido referencial para a Qualidade as Oito Dimensões da Qualidade de Garvin, revistas neste trabalho, são um método prático para investigar as necessidades explícitas ou não do Cliente, decifrando esse dinâmico enigma ao prospectar suas expectativas através da análise de ângulos não tão óbvios.
Recomendam-se os seguintes passos para aplicação desse método:
  1. Formar grupo de trabalho multidisciplinar com a participação do Marketing, Vendas, Engenharia, Operações, Qualidade e outras partes interessadas;
  2. Planejar e realizar a análise individual de cada uma das Oito Dimensões;
  3. Identificar os componentes válidos, expectativas e necessidades;
  4. Considerar a definição de cada Dimensão e seus traços típicos;
  5. Aplicar técnicas como Dinâmicas de Grupo, Brainwriting, Diagrama de Afinidade e Diagrama de Relação para levantamento dos componentes;
  6. Construir Lista Geral de Requisitos, partindo da Dimensão e Componentes, acrescentando detalhes como indicador e cliente;
  7. Aplicar a técnica de priorização como a Matriz de Priorização e GUT, para definir o nível de importância de cada necessidade e expectativa identificada;
  8. Divulgar a Lista Geral de Requisitos Prioritários a todas as funções como subsídio para sua atuação.
Durante esse processo é de se esperar dúvidas sobre em qual dimensão alocar um requisito. A boa notícia é que esta classificação não é assim tão importante. A definição de Dimensões serve apenas como método para chamar a atenção sobre certos aspectos que poderiam ser esquecidos, orientando nossa reflexão para um máximo de ângulos possível.
O ponto central das Dimensões da Qualidade é a completa identificação dos requisitos esperados pelo Cliente e o perfil obtido variará de caso para caso. É possível que em certas situações uma ou outra dimensão não seja relevante e mesmo que uma dimensão concentre diversos requisitos prioritários. Lembre-se, o fundamental é que nenhum aspecto ou ângulo seja esquecido.
Apresentamos abaixo uma síntese com os principais traços e aspectos que definem cada Dimensão da Qualidade, ampliada e revista neste trabalho:

Dimensão da Qualidade RevistaTraços para identificação dos componentes
DESEMPENHOCaracterísticas funcionais essenciais ao produto, adequação e eficácia
Facilidade de acesso, interface, uso e contato com o produto
Interatividade e customização, disponibilidade e oportunidade
Não atendimento implica rejeição, devolução imediata
CARACTERÍSTICASAspectos complementares, adicionais à função básica do produto
Requisitos à Logística, aos sistemas de Produção e de Venda
Suporte e orientação ao uso seguro e adequado
Não atendimento implica não escolha ou reclamação potencial
CONFORMIDADECapacidade de atender padrões estabelecidos internos e externos
Inclui legislação, normas, segurança, especificações, técnicas
Obedecer códigos, formais ou não, reconhecidos pelo Cliente
CONFIABILIDADEProbabilidade de falha operacional do produto num período
Habilidade para realização regular, segura e precisa do produto
Garantir funcionalidade em múltipla oportunidade, local e maneira
Capacidade para manter continuidade e fluidez na entrega do produto
DURABILIDADEVida ou quantidade de uso normal de um produto, com reparos
Tempo de vida útil até ocorrência de múltiplas falhas e substituição
Tempo de aplicação e validade até obsolescência ou superação
ATENDIMENTORequisitos ao atendimento em todos os contatos com o Cliente
Presteza, escuta, cortesia, polidez, respeito, rapidez, empatia
Competência, disposição, reatividade, inspirar crença e confiança
Comunicação fácil, esforço de compreensão e gestão do Cliente
ESTÉTICARequisitos sensoriais e estéticos do produto e estrutura de entrega
Aparência do produto, odor, ruído, tato, luz, sabor
Aparência da instalação da entrega: ambiente, meios e pessoas
QUALIDADE PERCEBIDARequisito do Cliente para qualquer produto de certa marca
Transferência de expectativa do Cliente entre produtos distintos
Baseado na própria experiência, imagem construída, propaganda
Nota: Produto é o conjunto dos bens e serviços entregues.
Devemos ficar atentos para a aplicação de certas dimensões que pareceriam inusitadas sob um olhar superficial ou rápido, mas que certamente devem ser exploradas.
Milhões de consumidores estão ansiosos para comprar qualquer bem ou serviço com o símbolo da maçã, isso é Qualidade Percebida. Outro caso interessante é o cheiro de um carro novo e qualquer um que já comprou um carro novo se lembrará disso, aqui temos um componente de Estética em um bem.
Já perdi a conta das vezes que deixei de comprar algo que precisava e queria adquirir devido à atuação do vendedor, aqui temos o Atendimento jogando um papel crucial. Pensemos quanto trabalho e dedicação se exige de um médico que deve medicar seus pacientes com base em protocolos atuais e prescrevendo medicamentos mais recentes e de melhor eficácia, isto é Durabilidade.
Todo profissional que viaja rotineiramente reconhece a importância de dormir num hotel que funciona dentro de um padrão conhecido e de que comer um BigMac após um dia de trabalho pode ser uma refeição divina quando se está longe de casa. Isso é Confiabilidade!
Considerações Finais
A análise crítica e identificação dos componentes dentro das Oito Dimensões da Qualidade Revistas permite uma melhor e mais apropriada compreensão dos requisitos do consumidor e assim iniciar um processo robusto de busca da Satisfação do Cliente.
Esta ferramenta também abre a porta reversa, partindo da percepção de certo potencial de mercado, fazer a analisar do perfil específico desse Cliente com base nessa leitura ampla das Oito Dimensões da Qualidade. O enfoque orientado e estratégico viabiliza a competição em nichos e segmentos específicos, garantindo o produto certo para o Cliente desejado.
Pensemos num caso extremo, quem se interessaria por comprar um celular que não tivesse acesso à internet, nenhum tipo de função especial, um teclado com dígitos grandes, uma tela simples? Ninguém, muitos responderiam. Contudo, existem milhões de pessoas que não estão familiarizados, com dificuldade para leitura e audição e que ainda sim precisam de um simples telefone. Se usa poucas funções, a bateria não duraria mais? Dias?
Este olhar abrangente e integrador para os requisitos do produto possibilita construir uma estratégia de produto e consequentemente foco nas prioridades da empresa, concentrando esforços em aspectos específicos de determinadas dimensões.
Além disso, tendo esclarecido requisitos e expectativas, poderemos propor uma organização e processos orientados ao sucesso da empresa, tornando viável realizar um robusto projeto do produto, bem como planejar a produção e estruturar um sistema de operações que viabilize e maximize o lucro, através da Satisfação do Cliente. Nunca é demais recordar que um Cliente satisfeito retornará outras vezes e divulgará sua impressão aos seus amigos.
É muito comum que uma empresa defina como ação estratégica a necessidade de Melhoria da Satisfação do Cliente. Via de regra isso gera um processo interno de crítica e revisão dos processos. Essa atividade é difícil e normalmente dolorosa em suas consequências, pois significa mudar, o que nunca é simples.
Entretanto, se adotarmos um primeiro passo essencial de identificação do que satisfaz o Cliente, através da análise das Dimensões Revistas da Qualidade, partimos do estabelecimento de quais são suas expectativas, isto possibilita decidir estrategicamente em qual perfil a empresa deseja atuar e portanto em que direção deve mudar
Não fazer isso seria como definir um plano de batalha sem estabelecer quais objetivos devem ser conquistados e em qual seqüência. Ou como ir até uma loja especializada e comprar todos os equipamentos necessários para uma longa jornada, sem antes decidir se será realizada num deserto, numa floresta ou em montanhas geladas.
A chance de sucesso não é boa e de fato somente a análise das Oito Dimensões da Qualidade através da abordagem proposta no presente trabalho pode ajudar neste momento.
Evidentemente não existem métodos definitivos e soluções prontas, sempre será necessário evoluir e melhorar. Entretanto as Oito Dimensões da Qualidade do Dr. Garvin permanecem uma chave excepcional para decifrar essa esfinge que é o Cliente.
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Esta postagem é original do site :http://www.qualiblog.com.br/garvin-as-oito-dimensoes-da-qualidade/

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

David Garvin – As oito dimensões da Qualidade _ Parte 1

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“If quality is to be managed, it must first be understood.”
David Garvin
Introdução
Toda empresa se compromete explicitamente com a Satisfação do Cliente e faz esforços honestos para atingir esta meta. Contudo, constitui-se como um grande desafio compreender quais requisitos de satisfação definiriam o que o Cliente entende por Qualidade.
Qualidade é um conceito complexo, multifacetado e, num mundo dinâmico e competitivo, permanece um formidável desafio estabelecer e comunicar uma definição de Qualidade que garanta a satisfação de seu Cliente.
No dia a dia, acontece um debate infindável entre as diversas funções internas das empresas sobre o que é e como fazer Qualidade, com avanços e recuos regulares, mas sem progresso efetivo. Por isso torna-se vital uma compreensão abrangente e ao mesmo tempo detalhada da Qualidade para viabilizar planejamento e gestão adequados à obtenção da Satisfação do Cliente, equacionando igualmente as técnicas e econômicas presentes.
Uma formidável contribuição foi dada por David A. Garvin que em 1984 publicou no MIT Sloan Management Review, o artigo “O que significa realmente Qualidade do Produto?” lançando o que compõe as bases da Gestão Estratégica da Qualidade: as Cinco Abordagens da Qualidade e as Oito Dimensões da Qualidade.
Inicialmente ele observou que, apesar da evolução histórica do conceito de Qualidade ao longo do século XX, ainda se pode constatar que em uma empresa convivem técnicas e atividades típicas das fases evolutivas da Qualidade: Inspeção; Controle Estatístico da Qualidade; Garantia da Qualidade e Gestão Estratégica da Qualidade.
Além disso, dependendo do perfil da empresa e de seu ambiente de negócios, existe um conjunto de visões e interesses que tornam muito difícil tratar a questão através das abordagens clássicas, que possuem um foco único e sempre competiram entre si pela supremacia como orientador dos esforços.
Abordagens da Qualidade
Embora o foco no Cliente seja um traço comum entre todas as abordagens, Garvin reconheceu que esta concorrência entre visões era um obstáculo ao entendimento da situação atual e então propôs uma visão ampla e inclusiva, considerando cinco abordagens principais:
  1. Transcendental: qualidade é uma “excelência inata” que só pode ser reconhecida pelo Cliente através de sua própria experiência o produto.
  2. Centrada no produto: qualidade é uma variável mensurável e precisa que pode ser encontrada no conjunto das características e atributos de um produto.
  3. Centrada no valor: qualidade é função do nível de conformidade do produto a um custo aceitável. Isso vincula as necessidades do consumidor aos requisitos da fabricação.
  4. Centrada na fabricação: qualidade depende da conformidade com os requisitos, conforme estabelecidos pelo projeto do produto.
  5. Centrada no cliente: qualidade está definida pelo atendimento às necessidades e conveniências do cliente. Este enfoque é subjetivo pois as preferências do cliente variam.
Garvin entende que, ao invés do uso de uma abordagem em detrimento da outra, é fundamental a coexistência dessas diferentes definições para garantir o sucesso dos produtos. A predominância de um ângulo único iria certamente ignorar as expectativas e necessidades do Cliente e de outras partes interessadas. Ao contrário, a interação e o choque entre essas múltiplas perspectivas assegura a plena compreensão da Qualidade ao longo do ciclo de vida do produto.
Um exemplo dessa convivência é o próprio processo de introdução de um novo produto, no qual os requisitos do que é Qualidade devem ser definidos pelo Cliente através da identificação e entendimento de suas expectativas e, logo, traduzidos em atributos identificáveis do produto (Centrada no Produto) para viabilizar a organização e implantação do processo produtivo. Isso possibilitará então a definição de parâmetros que serão controlados ao longo do processo produtivo (Centrada na Fabricação).
Eventualmente haverá um choque entre os requisitos levantados e o preço de mercado, assim obrigando uma revisão dessa cadeia (Centrada no Valor). Em síntese, um processo que não aborde todos os ângulos da Qualidade não terá chance de satisfazer ao Cliente e abrirá lacunas potenciais para ação de concorrentes.
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Faz-se necessário que as empresas aprendam a gerenciar a abordagem da Qualidade, mudando conforme passamos da fase de projeto à fase de produção ou à operação e desta para a fase de mercado ou de entrega regular. Deste modo, garantindo a efetiva possibilidade de que estas definições convivam e abram um importante campo de análise e discussão interna sobre o significado de Qualidade em cada etapa.
As Oito Dimensões da Qualidade
Garvin disse que “se a Qualidade deve ser gerenciada, deve ser primeiro compreendida”. Aceitando a premissa essencial dessas múltiplas abordagens devemos dar um passo à frente e construir sobre essa base uma estrutura analítica que direcione as atividades.
Lembrando que cabe ao Cliente definir o significado de Qualidade, baseado em suas necessidades, expectativas e preferências. Ou seja, fica estabelecido o conceito de que a Qualidade do Produto depende da percepção do Cliente e de que essa avaliação pessoal influenciará a escolha do fornecedor, bem como sua disposição para novas compras e sua avaliação dessa experiência.
Isto se sobrepõem a eventuais requisitos técnicos e normativos que serão sempre atendidos pelos fornecedores e por tanto não são questionáveis.
Torna-se então necessário criar uma estrutura para Qualidade que cubra essas diferentes abordagens e que ainda não somente permita um estudo analítico que identifique os requisitos do Cliente desde o início do desenvolvimento do produto como também seja capaz de manter essa informação ao longo do ciclo de vida do produto até etapas de melhoria.
Isso garantirá uma gestão apropriada da Qualidade tanto do ponto de vista das funções internas da empresa, bem como de lucratividade do produto.
Devemos atentar que não se propõe uma “ditadura” do Cliente ou que o Cliente seja atendido em absolutamente todos os seus desejos. Mas sim, que a empresa esteja consciente destas expectativas e tome decisões conscientes, equilibrando as diversas perspectivas mas com foco no Cliente.
Em 1987, David A. Garvin publicou na Harvard Business Review seu famoso artigo “Competindo nas Oito Dimensões da Qualidade” onde propôs detalhadamente um novo modelo para Qualidade: a Gestão Estratégica da Qualidade, tornando-se o mais recente Guru da Qualidade.
Foi nesta publicação em que ele fez a primeira apresentação das Oito Dimensões, uma estrutura conceitual para a reflexão do que seria a Qualidade de um produto.
Cada dimensão é autossuficiente e distinta, englobando certos atributos de um produto conforme um critério de classificação. Certas dimensões serão mais importantes que outras e até mesmo irrelevantes, conforme o produto em questão. Juntas elas cobrem uma gama completa de requisitos e expectativas para a Qualidade do produto. Alguns componentes são concretos e mensuráveis, enquanto outros são subjetivos e dependem do Cliente como indivíduo.
As Oito Dimensões da Qualidade, conforme definição inicial, são:
  1. Desempenho: trata dos atributos básicos de um produto, seu funcionamento
  2. Características: compreende aspectos secundários, complementares ao essencial.
  3. Conformidade: reflete o grau em que as características do produto atendem padrões formais.
  4. Confiabilidade: trata da probabilidade de mau funcionamento do produto.
  5. Durabilidade: expressa a vida útil de um produto.
  6. Atendimento: compreende os fatores que podem afetar a percepção do cliente.
  7. Estética: é a aparência de um produto, o sentimento ou sensação que ele provoca.
  8. Qualidade Percebida: é a transferência da “reputação” do fornecedor ao produto.
Passados quase 30 anos, continua essencial ter esse quadro de referência para a Qualidade, como proposto por Garvin, de modo a permitir o seu planejamento e gestão. Entretanto está evidente que ocorreram mudanças dramáticas nos mercados e no mundo dos negócios, as quais devem ser consideradas.
Um exemplo simples é evolução da Tecnologia de Informação que impactou fortemente o cenário das relações comerciais. Outro ponto que se destaca nesse contexto é a evolução da indústria de Serviços. A antiga distinção entre bens e serviços perdeu completamente o sentido. Hoje em dia raramente existe um bem a ser vendido sem nenhum serviço agregado e muito frequentemente serviços entregam também bens. Chegamos ao ponto onde em muitos casos não é evidente se estamos vendendo um bem ou um serviço e essa própria discussão perde sentido.
Entretanto não só as “Oito Dimensões da Qualidade” de Garvin continuam plenamente válidas e aplicáveis como a existência de uma visão multifacetada e abrangente parece ser a única alternativa capaz de racionalizar uma realidade tão complexa e dinâmica.

Fonte: https://qualityway.wordpress.com/2015/08/18/david-a-garvin-e-as-oito-dimensoes-da-qualidade-por-gregorio-suarez-parte-1/