Um dos grandes trade-offs da logística é o de Estoque x Trasporte como vemos em nossa aula trago a todos um artigo do Portal Educação que descreve um dos temas abordados que é a Politica de Estoque é esta politica que define claramente como a empresa trata os produtos que ela compra e produz.
Aproveitem a leitura.
Para
obtermos uma eficiência maior na gestão dos estoques sua empresa deverá
estabelecer uma Política de Estoque.
Mas o que é uma política de estoque?
As empresas
geralmente estão envolvidas em um dilema: quanto à empresa deverá estocar? O
departamento de vendas deseja um estoque elevado para atender melhor o cliente
e a área de produção prefere também trabalhar com uma maior margem de segurança
de estoque. Em contrapartida, o departamento financeiro quer estoques reduzidos
para diminuir o capital investido e melhorar seu fluxo de caixa.
Que
dilema! Como resolver a questão do volume de estoque?
A melhor
saída para isso é criar uma boa política de estoques, para que os interesses da
empresa sejam atendidos e os clientes também fiquem satisfeitos.
A política
de estoques deve ser definida pela administração central da empresa, que deverá
repassar ao Departamento de Controle de Estoques o programa de metas e
objetivos a serem atingidos. Este procedimento visa estabelecer certos padrões
que sirvam de guias aos programadores e controladores e também de critérios
para medir a performance do departamento de gestão de estoques.
O
planejamento é um dos principais instrumentos para o estabelecimento de uma
política de estoque eficiente. Para isso, a empresa deverá acompanhar
sistematicamente:
- os
itens em estoque, verificando lucratividade e posicionamento da empresa no
mercado;
- o
recebimento e a correta armazenagem das mercadorias
- inventários
periódicos para avaliação das quantidades e do estado das mercadorias
estocadas;
- o
tempo de reposição de cada mercadoria;
- qual
é o melhor mix de produtos;
- qual
é o giro de mercadorias ideal para os principais produtos do estoque.
Toda
empresa deve definir as quantidades corretas de cada mercadoria/item que deve
estar no estoque em um determinado período de tempo, para que a empresa não
sofra nenhum prejuízo. Para fazer esse dimensionamento do estoque existem três
instruções básicas:
Os
produtos devem ser estocados o menor tempo possível, fato que reduz custo de
manutenção e indica que o investimento feito pela empresa na compra destes
produtos retornou rapidamente.
O
custo de manutenção dos estoques aumenta na proporção de sua dimensão. Isso
quer dizer que quanto maior a quantidade de mercadoria estocada, maior será o
espaço físico necessário para guardá-la, maior o número de funcionários
necessários e maiores os gastos para controle.
Sem
um adequado planejamento e uma eficiente política de estoques, a empresa fica a
mercê da sorte, podendo sofrer grandes prejuízos.
Um
bom modelo de estabelecimento de políticas de estoque é aquele que proporciona
o menor estoque possível, com a ressalva dos casos em que estoque é fonte de
lucro, e, ao mesmo tempo, oferece o melhor nível de atendimento aos clientes.
Este modelo deve levar em consideração três fatores:
- tem é de reposição fácil/rápida pelo mercado fornecedor ou pela produção?
- O
item tem possibilidade de ter sua demanda calculada com precisão?
- O
item é estrategicamente importante para as operações da empresa?
Não haverá
fórmula matemática que proporcione cálculos exatos do estoque de segurança e do
lote de compra ou produção que possa ser inserida nos programas de computador
para levar em consideração as perguntas acima e transforma-las em parâmetros de
suprimento para os estoques. A sugestão, então, é que o administrador dos
estoques utilize uma matriz.
Matriz para determinar políticas de gestão dos estoques
Ao
analisar cada um dos itens ou categorias de materiais/produtos de um
determinado conjunto de itens de uma empresa, podem ser identificados itens que
serão classificados como 1.1.1 estes serão os itens de maior grau de
dificuldade de gestão, até os itens de classificação 3.3.3, que serão aqueles
com menor grau de dificuldade.
Dado que uma política de gestão de estoque é
formulada, primordialmente, por quantidades de estoque de segurança (ES) e
quantidades de lote de encomenda (LE), o planejador de estoques deverá
estabelecer, de acordo com as três características da matriz do item em
análise, as quantidades a serem adotadas nos parâmetros de ES e LE do sistema.
Tais quantidades poderão ser em número de unidades do item ou em número de dias
de demanda, se esta demanda puder ser calculada com exatidão pelo software
utilizado.
Esta matriz, que no presente artigo está sendo mostrada com somente
três linhas e três colunas, poderá ser estendida horizontal ou verticalmente,
dependendo da complexidade dos itens cujas políticas de segurança e lote se
esteja analisando. Algumas considerações devem ser feitas sobre a utilização
desta matriz:
Dificuldade de suprimento pelo mercado fornecedor
Fundamentalmente,
as dificuldades de suprimento pelo mercado fornecedor podem ser analisadas sob
quatro aspectos
- Elevado ou incerto tempo de
reposição; quando
o mercado fornecedor ou o fornecedor com o qual a empresa mantém relacionamento
não consegue estabelecer um tempo de reposição rápido, ou seu atendimento é
muito irregular em termos de prazo de entrega.
- Incerteza na qualidade do material
fornecido; da
mesma forma, se o atendimento é irregular em termos de qualidade, estando às
entregas sujeitas a devoluções por problemas de qualidade.
- Modelo de compra/reposição
utilizado não eficiente:
Este é o caso típico de organizações estatais que estão sujeitas as normas
restritivas de utilização de conceitos de compra em aberto, quando poderiam
utilizar forma mais ampla a sistemática de concorrências e adjudicação pelo
modelo de registro de preços, que facilita a utilização de contratos de
fornecimento de longo prazo. Para as empresas privadas que ainda não utilizam
as compras em aberto, enfatiza-se a necessidade de iniciar tal modelo de
reposição, de maneira a poder solicitar parcelas de entrega em pequenos
intervalos de tempo.
- Relacionamento de baixo nível com
fornecedores: Nos
últimos anos com a evolução do conceito de SCM – Supply Chain Management,
traduzido em gerenciamento da cadeia de suprimentos, os relacionamentos com
fornecedores tem tido uma evolução no sentido de reais parcerias de negócio.O
gerenciamento da cadeia de suprimentos compreende o planejamento e o
gerenciamento de todas as atividades envolvidas no encontro de fontes de
suprimento e compras, conversão (produção), e todas as atividades de gestão
logística. De maneira importante, também inclui a coordenação e colaboração
entre os parceiros do canal, que podem ser fornecedores, intermediários,
provedores de serviços e clientes. Em essência, Gerenciamento da Cadeia de
Suprimentos integra o gerenciamento do suprimento e da demanda dentro e através
das empresas.
Conforme
dito acima, a nova forma de relacionamento com fornecedores é a de coordenação,
que implica em sincronizar esforços de planejamento e atendimento das demandas,
e de colaboração, que implica em relacionamentos objetivando os ganhos de longo
prazo ao longo da cadeia de suprimentos através do atendimento sem falhas e de
custos cada dia menores.
Dificuldade de suprimento pela
produção interna
Se o item
que se quer parametrizar é um item produzido internamente, deve-se investigar o
motivo pelo qual existe a dificuldade de suprimento e tomar todas as medidas
que atenuem as dificuldades.
Se o
problema é de tempo ou custo de iniciar um lote de produção, devem ser
relacionados os motivos daquele incremento de tempo ou custo para que a
engenharia de métodos e processos encontre os equipamentos, dispositivos ou
processos que minimizem tais fatores de desperdício.
Se o problema
é de intervalos entre programações de produção (programação mensal, por
exemplo), devem ser tomadas às medidas necessárias, em termos de sistema e
práticas de planejamento e controle de produção, que permitam que os intervalos
das programações da produção sejam, no máximo, semanais. Quanto menor o
intervalo de tempo entre os programas de produção, menor o número de
reprogramações e melhor o atendimento da demanda, com menores estoques.
Possibilidade de erro no cálculo da demanda do item
Este fator
que afeta o estoque de segurança de um item é um assunto muitas vezes
negligenciado pelos gestores de estoques. Ao estabelecermos a política de
estoques de um item, temos que estudar sua demanda e verificar suas
características de regularidade, tendência, sazonalidade, etc. Quanto melhor os
modelos de previsão de demanda conseguirem prever a demanda futura, menor
estoque de segurança vamos necessitar, para cobrir as variações entre a demanda
prevista e a real.
Uma das
técnicas em uso, atualmente, é o VMI – Vendor Managed Inventory, estoque
gerenciado pelo fornecedor, em que são estabelecidas políticas de gestão para
os itens atendidos por determinado fornecedor e este, com base nos sistemas
informatizados, toma conhecimento em tempo real, da evolução da demanda ou dos
estoques do cliente e, automaticamente, sem necessidade de pedidos ou
autorizações de entrega, providencia a reposição das mercadorias para que os
estoques sejam mantidos em níveis confortáveis.
Possibilidade
de graves prejuízos com a falta do item
Neste
aspecto de julgamento do planejador de estoques, devem ser levados em
consideração:
•
Se
o item faltar, qual o nível de prejuízo ou conflito que pode causar com os
clientes?
•
Se
o item faltar, qual o prejuízo que pode causar às operações da empresa?
De acordo
com as respostas a estes dois quesitos, o planejador deverá estabelecer o nível
de estoque de segurança que deve ser mantido para o item.
A redução
ou eliminação do estoque de segurança sem afetar o atendimento ao cliente é o
grande objetivo de gestão do planejador de estoques. A boa gestão da cadeia de
suprimentos através das metodologias de planejamento cooperativo da demanda e
reposição – CPFR e dos estoques gerenciados pelos próprios fornecedores – VMI,
assim como os esforços para aumentar a flexibilidade da produção através de
práticas e equipamentos que reduzam os custos e tempos de troca de produtos na
linha de produção, são os grandes direcionadores da gestão de estoques.
Você deve ter
observado no decorrer de nossa explanação que o estoque de sua empresa não pode
ser gerenciado de forma única. Devem-se respeitar as características dos
produtos e principalmente a facilidade de sua aquisição no mercado.
fonte: PortalEducação.com